domingo, 14 de setembro de 2008

Bons Ou Ruins, Ainda Sentimentos. (Part II)

Uh! Meses e meses passaram, mas cá estou com a segunda parte desta excitante "bilogia" (neologismo criado pela falta de um termo decente para uma seqüência formada por somente duas coisas!). Tenho que dizer: BONS SENTIMENTOS NÃO SÃO FÁCEIS DE DISSERTAR SOBRE!! E ainda que eu o faça, sempre faltará algo.


O primeiro sentimento que falarei, pode parecer controverso, mas pensando um pouco mais e olhando-o de perto, não é! =D Analisemos juntos. ;)



1- Saudades:

Não há prova mais vívida e intensa de que estamos vivos e temos uma história para contar do que sentir saudades. Fotos, vídeos e até os misteriosos "déjà vus" não são tão eficazes quanto o nosso arquivo interno, mais conhecido como memória, que pode não só nos trazer sensações como também nos levar a antigas experiências, ressaltando inclusive todos os sentimentos de outrora. Sejam de coisas boas ou ruins, acreditando que tudo acontece por um motivo, memórias provocam momentos nostálgicos e não raro nos enchem de saudades (de alguém, algo ou algum momento em especial).

Acho que a eventual tristeza causada pelas saudades não deve ser tomada por algo ruim, basta você notar que ela sempre vem acompanhada por um nostálgico brilho no olhar de quem prova de tal sentimento.

Enfim, saudades são boas, só não se deve viver delas, afinal o passado fica no passado, deve-se viver no hoje, trabalhando por um futuro. Lembrar com alegria de coisas que já passaram é altamente válido e faz um bem danado para a alma, mas também devemos nos alegrar com o "agora" e com o que podemos levar para o futuro.



2- Alegria:

Não sei se sou a pessoa mais indicada para falar sobre este sentimento, vide minhas dissertações tão entusiasmadas sobre o pessimismo e suas diretrizes!... Mas, se o lance é falar sobre coisas boas, posso vestir minha capa de versatilidade e me manter flexível por um tempo. ;D

Bom, andei pensando sobre a alegria e "empaquei" em uma questão: felicidade é diferente de alegria? Hum... Segundo um dicionário pouco suspeito, ambos são estados de contentamento. Mas até que ponto alguém alegre pode também ser considerado feliz? Será que elas são as duas faces da mesma moeda, ou estou confundindo 10 centavos com 5? Bem, vejamos. Alegria soa superficial e felicidade soa mais profundo; ambos você pode "estar" e ambos você pode "ser"... Não sei por que, mas alegria tem como figura para mim um grande sorriso e felicidade tem como figura um profundo suspiro. Mas em que elas realmente diferem?? Se estou alegre com um resultado, posso dizer que estou feliz com o que consegui, então partindo desta análise rápida, acredito que alegria e felicidade sejam a mesma coisa, só que para cada um elas figuram diferentemente.



3- Carinho:

Afeto, desvelo... Sentir carinho por algo ou alguém é uma coisa boa, certo? O carinho, diferente da paixão (próximo trópico! xD), não espera retorno tampouco cobra algo. Este seria um sentimento brando de cuidado, que é sentido de graça e não raro surge "do nada". Popularmente conhecido como "gostar", o carinho não acontece somente em relações entre seres humanos, pode também ter como alvo um animal ou mesmo aquele presente que você ganhou de alguém especial.

O que este sentimento tem de tranqüilo, tem de passageiro. O afeto, ainda que mútuo, não é suficiente para prender uma coisa ou pessoa a outra coisa ou pessoa. Podendo surgir "do nada", pode desaparecer "do nada", ou então ficar para sempre no subentendido, mas nunca ganhar as proporções de uma paixão ou do amor sem se tornar um destes dois. As vidas das pessoas são permeadas por pequenos afetos, talvez por isso as relações entre elas sejam tão efêmeras. Não digo que sentir carinho seja ruim, muito pelo contrário. É importante valorizar coisas, mesmo que elas não sejam grandes o suficiente para se tornarem paixões ou algo maior. Só que viver de "afetinhos" não completa a vida de ninguém. =T



4- Paixão:

Algumas "gentes" mais desavisadas e mais machucadas emocionalmente diriam que este é um sentimento ruim, mas vou logo dizendo que não, mesmo porque não existem somente paixões de pessoas por pessoas. Eu, por exemplo, sou profundamente apaixonada por cinema, por música e pela natureza, e apesar de ter dito no tópico anterior que a paixão espera retorno, de tais paixões minhas não espero um centavo! Reservo a espera por um retorno somente a paixões de pessoas por pessoas.

Welly-well, vou falar uma coisa sobre as paixões: quando por coisas (cinema e música, por exemplo), elas nos trazem grande alegria e enchem nossos dias de boas vibrações; quando por pessoas, elas também nos trazem alegria, mas esta é extremamente comprometida pelo desejo de reciprocidade. Algumas paixões têm prazo de validade, outras podem durar a eternidade e outras mais vêm e vão, mas não se importam em deixar recados.

Durante os anos de nossas vidas, aprendemos muito com as paixões. Seja por uma paixão não correspondida que lhe deu forças para lidar com a rejeição e dar a volta por cima; seja por uma paixão que não deu certo, mas lhe ensinou a ter paciência e a esperar o que é seu por direito; seja por uma paixão eterna por coisas não-humanas que lhe dá ânimo para passar pela vida e lhe ensina a sentir com mais intensidade; seja por uma paixão efêmera e intensa que lhe dá a certeza de que tudo tem uma razão para acontecer... Seja qual for a paixão e como ela se conclui, ela sempre traz consigo algo importante para as nossas vidas e, sem ela... ah! aí sim a vida seria um erro! =)



5- Amor:

Último e não menos importante. Difícil falar sobre este sentimento em particular, por ser o mais abstrato, profundo, forte e o maior já sentido por um ser. Mães por filhos, maridos por esposas, donos por animais, pessoas por outras tantas mais e todos os "vice-versas" possíveis! Inspirou artistas de todas as modalidades artísticas séculos a fio e nunca saiu de moda! Minha pergunta é: quando entrou em moda?

Duas suposições retiradas dos pensamentos desta jovem autora podem ser jogadas aqui: ou entrou em moda com a vinda de Jesus Cristo e sua pregação sobre "amem-se uns aos outros como eu vos amei", ou entrou em moda com as produções literárias sobre amor à pátria ou amor romântico. A real é que não posso saber quando exatamente isso aconteceu, mas este fato não me impede de questionar a lógica do amor através dos séculos. Onde começa, se termina em algum ponto, quantas vezes pode ser sentido... Muitos defendem fervorosamente que amor verdadeiro só é sentido uma vez na vida e é eterno, mas se existem tantas formas de amar, como pode ser o amor sentido uma única vez?

Sobre sua imortalidade, também posso questionar. Mas para não me exceder em dúvidas, fecho a questão da "imortalidade do amor" com uma afirmação: o amor não acaba, ele se transforma (em decepção, em morte ou em eternidade).

Voltando à sua singularidade, acho que ela também é equivocada e que o amor pode sim ser plural! Mesmo porque se o amor da minha vida estiver em uma guerra lá no Oriente Médio e de repente uma bomba tirar sua vida, pretendo amar outro alguém com uma intensidade boa e verdadeira! =D





#TEORIA DE HOJE: Não existe idéia mais estúpida do que tentar racionalizar sentimentos. A razão não contém boas explicações para a abstração dos sentimentos. Mas toda a estupidez é perdoável se tiver um bom motivo para acontecer. (Será que consegui minha absolvição?? =B)


{ Perdoem a pretensão e a falta de conhecimento e experiência desta que vos fala, somente publico o que penso, e acho que é minha falta de nexo que faz disso tudo uma coisa atraente... Rum [não a bebida, mas a interjeição]! }

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